Artigo escrito por Tawany Paixão Brito
Quando iniciei minha carreira como enfermeira, buscando as minhas áreas afins, os colegas comentavam: “fuja de centro cirúrgico”. Diziam ser estressante e imprevisível. E alguns anos depois, lá estava eu, como enfermeira do Centro Cirúrgico do maior hospital do meu estado. De fato, os desafios eram inúmeros, e começavam antes mesmo do paciente chegar ao hospital. Quem já vivenciou um bate mapa entende bem.
Conversando com outros enfermeiros, percebo que as dificuldades são parecidas em qualquer região do país: Cirurgias canceladas, atrasadas ou adiadas pelos mais diversos motivos, que vendo de fora, parecem banais. Por exemplo, no pedido de cirurgia não constar reserva de UTI, e já com paciente em sala, descobrir que ela era necessária, mas que não há vaga naquele dia.
Ou mesmo, perceber no bate mapa, às vésperas do procedimento, que a autorização do OPME não foi concedida, que o único arco cirúrgico já está sendo utilizado em outra cirurgia naquele momento, que o instrumental cirúrgico necessário não foi esterilizado a tempo, que a reserva de sangue não foi comunicada ao setor responsável, que o material especial solicitado não chegou ainda, dentre tantas outas descobertas que acontecem em cima da hora, seja no bate mapa, ou com paciente em mesa operatória.
É sempre bom lembrar que todas essas situações repercutem, claro, no financeiro do hospital, que diminui giro de sala e de leito, reduz faturamento previsto, baixa nível de satisfação do usuário, compromete metas, indicadores e cronogramas, mas além disso, impacta diretamente em um ser humano que estava ali, vulnerável, aguardando um procedimento cirúrgico, muitas vezes com medo e com absoluta sensação de impotência, com todo seu planejamento ser desfeito por algo que poderia ter sido evitado.
Como superar os desafios do bate mapa?
Quando ocorrem esses cancelamentos, adiamentos ou atrasos, é frustrante para equipe, oneroso para o hospital, e desconfortável para o paciente. O bate mapa, que é o ato de fazer as conferências prévias, de fato pode auxiliar a prever algumas das situações citadas, mas normalmente, por ser feito mais em cima da hora, não há tempo hábil para tomada de ação.
O ideal, recomendo aos colegas enfermeiros, seria um acompanhamento sistematizado e contínuo ocorrendo desde o momento da solicitação da autorização e da agenda. Com conferência antecipada dos pedidos de reserva de leito, de equipamentos, materiais, hemocomponentes, assim como do andamento das autorizações e liberações.
Com isso, o bate mapa deixaria de ser uma ação feita em “fim de esteira” e passaria a ser um processo contínuo de acompanhamento e análise de conformidade, possibilitando previsibilidade, tomada de ação em tempo hábil, e consequentemente redução de cancelamentos, aumento da rotatividade cirúrgica, crescimento de receita, e maior segurança e satisfação do paciente.
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Por Tawany Paixão Brito
Enfermeira e Analista de Sucesso do Cliente na UpFlux Process Mining
Iris Oliveira é Head de Growth da UpFlux Process Mining. Trabalhou por 23 anos na GE Healthcare, empresa estadunidense líder em tecnologia médica, onde atuou como Diretora de Marketing de Produto América Latina e alcançou a liderança de mercado global em Saúde da Mulher e liderança LATAM em 5 linhas de produtos.